segunda-feira, junho 04, 2012


Reminiscências


Jairo Ferreira Machado

Quando ela ia embora deixava um laivo de esplendor feminino que muitos dias depois parecia estar ali, entre nós, como o seu infindável cio; ainda que ela viesse e ficasse apenas um fim de semana. Aqueles olhos negros e graúdos, a voz macia, a tez morena e os cabelos compridos pretos escorridos pelos ombros, a preciosa covinha da maçã esquerda do rosto quando sorria e os lábios rubros e belos, como estivessem sempre pintados - um batom ruge-natural, que não requeria retoques.
Na boca a alvura dos dentes e no rosto o queixinho de uma santa; mas seria uma santa de pau-oco, pois bastava um piscar de olhos que a todos estonteava de malícia e corríamos para o milharal a abraçar uma touceira de milho, no premente desafogo. Era a solução. Mas isto mesmo é que nos colocava mais reféns de sua beleza: se não na precisão do contato físico, na força do pensamento.
Viajávamos pelas minúcias de seu corpo, só na imaginação de como seria ela, nua - quando se ensaboasse na hora do banho – o sabonete escorrendo por sua pele, que era a nossa própria mão acariciando-a, e os nossos lábios naqueles lábios, outras vezes os engolindo, de fome dela, de adentrar o inteiro daquele corpo ou furtá-lo para a nossa saciedade particular, claro, melhor seria com a aquiescência dela.
E todo aquele frenesi que a acompanhava, conquistando os nossos corações.
Olhe que nem falei dos seus seios, e os hirtos mamilos empurrando a sua blusa de seda, projetando duas soberbas pirâmides que eram as coisas mais lindas que ainda me lembro - eles fartos no decote da blusa - o primeiro botão ali sempre desabotoado, só pra judiar da gente.
Gostava que a olhássemos, assim, olhudos, imaginando-os nus e nossa boca os abocanhando e nosso rosto tocando a suavidade deles, era só de se iludir, e depois se abraçar ao travesseiro e chorar...  
Dias depois ela partia, deixando conosco um laivo de alguma coisa que se chamava paixão, que ainda persiste imorredoura, não sei quanto tempo faz, é claro, agora já sem aquela lucidez e a tentação de antes, apenas no pensamento. Se muito sabemos é como ficamos depois de todos esses anos?
E o quanto a nossa carne mudou os nossos planos, os nossos sentimentos, e aquele corpo pulcro, esbelto, que nunca sai de nossa mente, está agora, descaído, sem os predicados de antes, e nós aqui, pelancudos também - postamo-nos diante do espelho e vemos que o tempo passou. Mas não custa relembrar...
Aquelas coxas lisas, roliças e morenas que a bainha da saia curta - própria da ocasião - deixava escapar para o nosso deleite, quando ela rodopiava a ciranda de roda no terreiro de nossa morada, lá na roça. A lua banhando de prata as folhas dos mangueirais e das amoreiras, e depois, as lembranças que ficavam dela, o brilho daqueles olhos brincando com a lua, brincando com a gente, tanto, que não conseguíamos dormir à noite. 
O tempo foi cruel, sim. Tanto para ela, que garanto também sofreu, pensando em nos abraçar, beijar a nossa boca sedenta dela, e até mesmo fazer amor conosco.
Mas isto foi muito antigamente.
Coisa que os namoradinhos de hoje, os internautas, escreverão noutro momento - muito mais tarde -, olha aqui seu velho - esquecendo que igualmente seu tempo passou - também temos histórias, mas fomos às vias- de - fato, sem paixão, sem sofrimento a sós, muitas vezes sem a imaginação de vocês, é claro, e sem a ciranda de rodas, sem touceiras de milho, sem a presença do prateado da lua.
E foram tantas elas, que nenhuma nos ficou na lembrança.

domingo, abril 29, 2012


Sexo também é Cultura



Os pais criavam porcos; assim ele me contou: uma porca trouxe uma dúzia de leitõezinhos, bonitos e fofinhos. Mas era uma luta na hora da mãe amamentá-los, um vinha por cima, outro por baixo, o importante e salutar era achar uma teta sobrando – pois a ninhada ultrapassara o número de tetas da própria mãe.

Sempre alguém ficava com fome, quando àquela se levantava, satisfeita do dever cumprido de alimentá-los.

Nessa luta de gêneros – de macho e fêmea – morreram duas fêmeas, sobrando oito machos para duas representantes do sexo feminino; que nessa condição, alcançaram a maioridade e a malícia da procriação – todos vivendo no mesmo chiqueiro – aquela promiscuidade descabida – comparada aos muitos seguimentos da sociedade humana; sem as malícias dessa, é melhor que se diga. 

Descontados dois machos, que foram castrados para a engorda, sobraram seis machos, para duas fêmeas – o pai vendera uma fêmea e três machos para o seu compadre.

A curiosidade do menino voltou-se a esse fato – são três homens pra uma mulher – e notando o cio da fêmea, separou os machos, para cada um deles à sua hora e vez – num chiqueirinho separado – comesse a própria irmã, marrã.  É assim no mundo dos animais.

Pensava, com isso, triplicar o número de porquinhos, quando essa parisse – que pelo histórico da mãe – ninhada de doze – e aquela ali, filha com DNA de boa reprodutora, enxertada três vezes, à revelia, pariria então trinta e seis leitõezinhos – sem esquecer que ele próprio, o infante moleque, dava a sua contribuição, no pensamento, inspirado naquela devassidão.

Para sua decepção, não nasceram os trinta e seis, nasceu uma ninhada de apenas seis leitõezinhos. Conclusão: o importante não era a quantidade da porra, mas a fertilidade da fêmea – que ainda na tenra idade já posava de reprodutora – mas sem os óvulos suficientes.

E ele ali, já se fazendo de cachaço-reprodutor, com um tiquinho de sêmen, de nada.

Lembrava o cio das vacas e a montada do touro – que era aquela pintada, que Deus às acuda. Pôs Deus aqui, por que está na bíblia: “crescei-vos e multiplicai-vos”. Logo, nada daquilo poderia ser pecado: o mundo precisava de animais, de carne – de porcos e vacas – para alimentar esses “humanos” todos de agora.

Sete bilhões de pessoas no planeta Terra – quem escreveu a bíblia deveria ter omitido esse detalhe: “de crescei-vos e multiplicai-vos”. Pois, não omitindo o inoportuno conselho – para os menos esclarecidos – deu nisso: sete bilhões de pessoas num mundo totalmente desajustado!

Nos meus tempos de menino se comia vaca, bezerra, cabrita, tanto quanto se comia a carne daquelas, ele dizia. Pensar que não, negar as carências da época, seria a mais pura hipocrisia. Os meninos da cidade, desses, não me perguntem como faziam – isso é lá com eles – pois naquele tempo, ainda não havia camisinha – o que liberou e deliberou de vez a sacanagem e os cachacinhos e as marrãzinhas, agora, amando à revelia.

E pensam que estou exagerando? Sexo também é cultura, haja vista, os olhos e ouvidos do povo – plantados em frente à TV, vendo sacanagem nas novelas – pois é disso que o povo gosta! Ainda que haja aquele que dirá que estou sujando a coluna com imundícies, mas reafirmo: é disso que o povo gosta – big brother Brasil!

E já que você concorda comigo, que a sacanagem é ao vivo, a cores, e de graça, e agora franca – pois liberado pelos juízes do poder econômico, para todas as idades – as novelas vão virar a mais pura libidinagem, pois eles precisam de ibope e o povo, de uma boa dose de depravação.

E vamos ser realistas, a humanidade está levando ao pé-da-letra, o sexo e a sexualidade. Os homens e mulheres, se não leram a bíblia – o que é uma pena, pelos ensinamentos que ela nos passa de bom – ao menos prestaram atenção à frase que norteia esse momento da mais ardente fantasia sexual – com o incentivo da TV – é claro!

E não venham botar culpa na consciência daquele inocente menino – querendo multiplicar os porcos – pois, depois dessa, dos doutores da lei lavar às próprias mãos e liberar a bandalheira e deixar a censura por conta dos pais, do povo – como fez Pôncio Pilatos – aquele menino está absolvido de todos os seus pecados.

Era um santo, o obcecado onanista, moleque sem tranca nas braguilhas.


domingo, abril 15, 2012

também pudesse ser em consequência das lágrimas de contentamento – satisfeita dos prazeres das orgias

Olhos de rímel


Era alta madrugada. Ela chegou, girou a chave na fechadura, abriu a porta, e ele estava lá, esperando. Não sabia o que lhe dizer? Ele tampouco perguntou: olhava-a tirando os sapatos altos, ali mesmo no corredor de entrada, cambaleante e visivelmente embriagada.

Tinha-a os olhos borrados de rímel, como se houvesse chorado; também pudesse ser em consequência das lágrimas de contentamento – satisfeita dos prazeres das orgias – ou mesmo efeito do sereno da madrugada.

Fosse qual fosse à causa, nem se dera ao dever de retocar a pintura. Também podia dizer que o borrado do rímel era efeito das lágrimas de saudades dele; coisa, que tampouco ele acreditaria, não, naquelas circunstâncias.

O certo era que nem passou pela sua cabeça encontrá-lo ali, àquelas horas da noite. Pensou que estivesse longe.

Sentou-se ao chão. Olhava-o de baixo à cima – ele em pé à sua frente, com a arma empunhada –, aguardando sabe-se lá o quê? Afinal, o que ela podia dizer? Tampouco adiantava se desculpar – o horário, o jeito de se vestir, a calcinha exposta, o ar impregnado de perfume, a fedentina da fumaça de cigarro, falavam por ela.

As lágrimas lhe rolavam pelo rosto. E já não importava o rímel.

Aliás, nada mais importava. Os olhos dele mirando-lhe os fartos seios sobrando no decote do vestido preto – vestido que ele mesmo lhe dera de aniversário. Agora ele reparava nos brincos do noivado e no colar de ouro, que ela usava naquela hora; que eram também presentes dele.

Só não ganhara dele, os filhos. Que ela mesma nunca quisera – não nascera para ter filhos; preferia a conjunção carnal, todas as noites. E tivesse uma sobra de tempo, no decorrer do dia também – a audaz e insaciável ninfomania com a qual nascera; sem culpa disso.

Lembrou-se de quando se casaram; passaram-se meses de convivência harmoniosa e ele precisou viajar. Na primeira vez, ela suportou as necessidades; nas vezes seguintes, viu que não era mulher do lar. E teve a primeira experiência extraconjugal; diga-se, depois de casada.

Agora, torcia que ele viajasse, sempre. Ele, já um tanto desconfiado.

Numa tardezinha, ela o levou à estação do trem, beijou-lhe a boca e desejou-lhe boa-viagem. Ele entrou por um lado do vagão e antes que o trem partisse saiu pelo outro, tendo permanecido escondido até o anoitecer, de caso pensado.

Voltou pra casa, quando ela já havia saído e ficou ali esperando ela voltar. O punhal à mão, que agora lhe tremia; ansiada.

Estava literalmente nua. Ele a olhava fixamente, sem nada dizer, os olhos rasos d’água. Quis levantar-se sozinha, mas não agüentou. Ele arriou ao chão o punhal, recolheu-a carinhosamente nos braços e a levou pra cama, onde fizeram sexo; apenas sexo, naquela noite!

Em seguida, ele tirou do bolso uma moeda de um real, e depositou, pra ela, sobre a mesinha de cabeceira da cama. E foi dormir noutro quarto.

Agora era assim: durante as noites, vez em quando, ia pra cama dela. E todas as vezes que fazia sexo com ela, depositava sobre a mesinha de cabeceira, a moeda de um real. Sem nada falar.

Até que um dia, indignada, ela deixou as jóias que ganhara dele sobre a mesinha, o vestido preto, carregou os olhos no rímel e não mais voltou.

Passaram-se os dias, as semanas.

Saudoso, ele foi à zona de baixo meretrício, onde ela trabalhava. E fizeram sexo. Ele perguntou o preço e ela disse: Cinquenta reais. Sem contestar, ele enfiou a mão no bolso e pagou.

Foi aí que percebeu o quanto lhe devia: das vezes anteriores, que fizeram sexo. E que ele, inocente, pensava que fosse amor.
                                             

sexta-feira, abril 06, 2012

Que cabresto, que freio que nada, no que viram os donos pelas costas, foram às vias de fato e direito


Tudo é questão de cismas


Jairo Ferreira Machado

A bainha a faca de ponta presa à cintura, no costume, modo cortar o fumo de rolo, tendo também outras serventias, arrancar uma farpa do dedo, aparar uma unha e outros senões; vai que daí alguém bestasse com ele! No mais a mesmice. O cavalo indo às peidanças caminho afora.
À sombra do angico parou e apeou; esperar o compadre que vinha à distância rosetando a égua, diga-se, no apressar dos momentos, que já estavam atrasados para o porvir, as sabatinas e arranca-rabos, e para tais entreveros, dois era melhor que um.
O carvalho ergueu as orelhas, relinchou sentindo o cheiro da bem-vinda égua; roncolho, castrado de imperfeito, mas ainda assim se assanhava. Montou-o novamente e o segurou nos freios, no travão, a espora no apertado do sovaco, que o recém-crescido daquele, em estado de armado, se minguou de imediato.
Mas que aquela égua estava nos conformes, estava. Saudaram-se - olá!, o compadre respondeu, como está?, e se foram, mandatórios.
Os animais na retidão e curvas do caminho, o macho, um olhar na estrada e outro na égua; e essa, vinha-lhe já de rabo erguido, mais pro sim, agora, no imediato, do que pro depois. Mas, solertes, em silêncio, os animais confabularam: temos tempo pela frente.
E foram amarrados, ali, debaixo de um barracão, a expensas de serem donos de si, pois os donos tinham pressa. Para a reunião.
Que cabresto, que freio que nada, no que viram os donos pelas costas, foram às vias de fato e direito, fatais, magnânimos, nem tanto o roncolho macho, caolho de um grão, maceteado pelas mãos do senhorio, mas nem de todo morto; era um restolhozinho que ainda produzia alguns fiapos de masculinidade.
E foi o bastante, para empinar o comando. A égua murchou as orelhas, desavergonhada, e o agasalhou, dizendo-se, obrigada! 
Lá pelas tantas o homem já tinha a faca desembainhada, que aquele outro, detentor da cooperativa, não quisesse pagar melhor pelo leite; vinha daí a reunião, e o próprio, o gerente, já era um leite derramado, no exato instante em lhe enfiasse a faca nos bofes.
Pelo sim, pelo não, o compadre se adiantou, precavido, que não valia à pena, mantivesse o aço na bainha, que o ímprobo, ia receber mesmo era somente um murro na boca do estômago, e foi o que aconteceu, feito coice de mula, que o homem gemeu, e tratou de mudar a opinião; sendo assim, pagaria um pouco mais.
Já era noite. Os curiangos levantavam voo pelo caminho. Riam-se, confabulavam-se: - Compadre, estou achando este meu alazão meio bambo das pernas, e essa sua eguinha, com cara de enxertada; ou é cisma minha? - Nem carece preocupação, vizinho, o seu cavalo, para isso, e outras prerrogativas mais, de almejar filho, já há muito anda descontado.
- No mais, é coisa de lua, ocê não vê a minguante, um recurvo de giz nos confins do firmamento, e aquele ali, na escuridão, vagalumeando à toa, parecendo olhos de lobisomem? Tudo é uma questão de cisma, nesse mundo.
- Até o homem lá da cooperativa, achando que levou mesmo no estômago, um coice de mula... Que nada, compadre, foi um coicinho à toa, com pena do sujeito, nem forcejei muito o murro. 
Mais uma vez o curiango mudou o pouso, desta feita, muito mais longe na estrada... 

 

domingo, março 25, 2012

Lágrimas brotavam de seus olhos e se misturavam às águas do mar.


Despedida

As ondas vinham bater na praia, nas areias, onde sucumbiam em derradeiro e fatigado murmúrio, quase de não se ouvi-las; era o início de um silêncio, preservado ali nas memórias de uma história de amor. Agora, um amor sem o clamor de antes; amor, de só se imaginar...
Foi no ano que passou ou muito para trás, na adolescência, por quase uma vida inteira, ele se lembrou com o direito de não mais saber os detalhes. Afinal, já tinha os cabelos brancos, as pernas cansadas, a respiração sôfrega. Somente o meigo rostinho dela e o brilho daquele olhar, duas preciosidades, cintilantes, nadavam em seus olhos.
Preguiçosamente, as ondas vinham e voltavam. Ouvia aquele cicio sem fim em consonância aos gemidos dela, aos pedidos: que nunca ele esquecesse aquele momento(nem necessitaria pedir).
Entardecia e o sol, solitário se despedia no horizonte, apagando-se, como uma bola de fogo, nas distantes águas do oceano. Naquele dia em que lhe deu o primeiro beijo. Podia ainda sentir o calor daqueles lábios, nos seus, agora envelhecidos e já perdido o brilho de outrora.
Lágrimas brotavam de seus olhos e se misturavam às águas do mar. Pouco ouvia o murmúrio em volta, os ouvidos quase nada escutavam. Tudo parecia muito distante; lá no infinito as intermináveis horas.
Como a vida é passageira, pensava, tal as ondas que se vão e não voltam mais. No mar adentro. Nas profundidades. Pediu que colocasse ali - nas águas rasas da praia - uma cadeira; ajudaram-no a sentar-se, permitindo que as ondas o levassem e o trouxessem, de volta: um anunciado resquício de vida, diminuindo a cada instante.
As ondas tocavam seus pés e suas mãos; elas diziam qualquer coisa, com as quais já não atinava; nem seu corpo lembrava. Somente seu coração, quis galopar; mas já não tinha forças. Mais um pouco, queria ver as nuanças das águas e o sol se pondo, mas todas as coisas bonitas de antes estavam escondidas atrás de uma cortina chamada senilidade.
Trouxe até os lábios a mão molhada; pouco sentiu o sal, ou nada sentiu. O sal daqueles tempos salgando os doces lábios dela, onde ele, moço ainda, se embevecia. As ondas vinham e voltavam, massageando seus pés, querendo que ele lembrasse.
Além, ou mesmo perto, os piados agudos das gaivotas, como sombras voando ao redor. Muitas pareciam de passagem, outras, querendo permanecer à espera dos peixes que os pescadores traziam do mar.
Muito longe, sentia o cheiro da maresia.
O que o tempo lhe tinha feito, de tão ruim? Mesmo disso, não se lembrava. Mal e mal percebia o mar, o sol, o entardecer. Longe, na memória, o corpo macio de uma jovem de olhos azuis; isso, ao menos, ele não podia esquecer. Estava sorrindo, quando deu o seu último suspiro ali mesmo e ninguém viu.
À beira mar: as ondas vinham bater na praia, nas areias, nos seus pés.